Até alguns anos atrás achava-se que 90% das pessoas com sintomas depressivos sofriam de depressão unipolar (sem alterações do humor, como por exemplo euforia, impulsividade, gastos exagerados, atitudes arriscadas e ousadas, expansividade entre outros). O que se percebeu, através de pesquisas, nos últimos anos foi que em até metade desses casos as pessoas com depressão são do tipo bipolar, ou seja, em algum momento da vida apresentaram alterações de humor maior do que o normal ou “temperamento forte”.

O termo “bipolar” expressa os dois polos de humor que oscilam nesse transtorno: a depressão e a hipomania ou mania. As manifestações da mania são: euforia, energia exagerada, grandiosidade, aceleração, sensação de prazer imenso ou altamente irritável e agressivo. Algumas outras áreas são afetadas nesse transtorno, como por exemplo: o sono, apetite, atividade motora, atenção e concentração; Mas a essência está no estado geral do humor, ou seja, no modo como a pessoa se sente.

Mesmo que ainda não tenham vivenciado períodos de humor exaltado e expansivo, as pessoas com esse transtorno tendem a ser pessoas de temperamento mais forte, intenso, enérgico, festivo, aventureiro, escrachado ou apimentado (hipertímicos) ou alternar esses estados com fases mais negativas (ciclotímicos). Pessoas com depressão unipolar tem períodos depressivos que podem durar semanas ou meses e pessoas do tipo bipolar possuem o humor instável, com oscilação frequente e imprevisível.

O transtorno de humor começa quando algo em seu ajuste sai do prumo, produzindo respostas emocionais de maneira desproporcional em intensidade e/ou duração, ou até mesmo mudanças no humor sem o estímulo necessário para ocorrerem na maior parte das pessoas.

O humor normal deve flutuar entre os diversos estados de alegria, tristeza, ansiedade e raiva. Saudável é a variação de humor de acordo com a situação, com intensidade e durações corretas (levando-se em conta aspectos pessoais, sociais e culturais).

A Psicoterapia, aliada à Farmacologia, são os tratamentos ideais e quando combinados possuem excelente resultados. O que se pretende com o tratamento é que o humor fique estabilizado. O tratamento Psicoterápico vai depender bastante de cada paciente, mas em geral vai buscar identificar padrões de pensamentos disfuncionais (armadilhas do pensamento), controlar a impulsividade, apontar formas mais adaptativas de se relacionar e conscientizar a pessoa das razões e significados de alguns comportamentos, pensamentos e sentimentos. A psicoterapia pode ser importante para avaliar até que ponto o estilo de vida adotado está adequado ao temperamento e também para identificar o que pode ser melhorado, de modo gradual e estratégico, ponderando os riscos e desenvolvendo a tolerância.

Nathália Gadelha
CRP 05/33002

                                                                                 Transtorno Bipolar do Humor